Caso triste da vida real; A história de uma jovem


Loira, olhos claros e com um sorriso largo. Graduada, religiosa e com um idioma estrangeiro no currículo. Uma jovem que parecia estar imune à infelicidade ou até mesmo a agressão de um homem. Mas não foi o que a vida lhe reservou aos 27 anos, quando por intermédio de colegas conheceu um companheiro. Como tempo se transformou no seu ‘pior pesadelo’, sendo que a única saída foi viajar para o exterior e começar uma vida nova.

Foram nove meses de relacionamento, no qual ela tenta esquecer, mas que carregará as marcas pelo resto de sua existência. Já nos primeiros dias o namorado deu sinais da sua dominação, pedindo para ela parar de trabalhar, além de exagerar um pouco na bebida alcoólica e fazer a tal ‘pressão psicológica’.

“Quando não bebia, era uma pessoa excelente e demonstrava as suas melhores qualidades, parecia mesmo ser o homem da minha vida, como ele mesmo dizia. Porém alcoolizado ele me pedia para sair do trabalho, porque ali iria sempre ganhar um ‘salariozinho’ e não ter perspectivas de vida. E me enchia de presentes caros, queria que eu estivesse sempre impecável, uma princesa”, diz a jovem.

Com o ‘jeitinho feminino’, a jovem até conseguiu por um tempo afastá-lo das más companhias, fazendo com que o empresário, na época, se dedicasse somente aos seus negócios. Mas as recaídas foram piorando cada vez mais as coisas e ela teve de tomar uma decisão drástica.

“Ele chegou a ficar por um mês e meio longe dos amigos, mas quando voltava era pior. E passou da bebida para a droga, frequentando bares com desembargadores, advogados e pessoas que nem pareciam fazer essas coisas. Num dia destes, comemorando o ‘Dia dos Pais’ em família, ele chegou alcoolizado, fazendo ameaças a todo mundo”, conta a jovem.

Ali, por medo ela cedeu e o pior estava por vir. O agressor dizia estar passando mal, pediu ajuda e, após desencontros, eles começaram a morar juntos. Em pouco tempo ele começou as agressões físicas e a jovem teve de procurar a polícia. “Assim que me bateu eu liguei para o advogado dele, porém este falou que não iria fazer nada. E até a família dele me pedia para perdoá-lo. A única saída foi falar com o meu irmão para me tirar de casa”, relembra a vítima.

Nessa época o empresário já havia ordenado a ela para que removesse a queixa contra ele, porém a alteração na lei Maria da Penha fez com que o processo continuasse em andamento. Alguns dias se passaram e o ápice foi no dia 8 de agosto de 2012.

“Muito alterado, ele me espancou e eu fugi de casa, com a ajuda do meu irmão. Outras pessoas próximas em um comércio também não se importaram e eu tive de ir direto para a delegacia, por conta das várias ameaças de morte. Logo depois eu adquiri um empréstimo no banco e com o dinheiro fui para os Estados Unidos”, fala a jovem.

Do outro lado do mundo, sem a família e com o coração partido

Sozinha, a jovem ainda tinha de lidar com o agressor que perturbava a sua família, principalmente por não acreditar que ela tinha viajado. “Ele só parou quando eu liguei para a irmã dele e pedi para não me perturbar mais. Fiquei refém dele por um bom tempo, com medo das ameaças. Mas o tempo passou e agora minha atenção é redobrada com os homens”, comenta a jovem.

’Americanizada’, a jovem trabalhou de babá (nanny), subgerente (sister manager) em uma pizzaria e até ajudante de limpeza (cleaner) em clínicas para crianças e em uma empresa de referência mundial no transplante de órgãos, localizadas em Boston e Massachussets.

“Foi um tempo de amadurecimento pessoal muito grande. Aprendi muito e tinha a minha liberdade. Também não foi fácil conquistar o meu dinheiro e até propostas de prostituição e de dançarina eu obtive, sem jamais aceitar. E nesta última empresa de transplantes, o engraçado é que tive medo de morrer, porque via os profissionais com rins e outros órgãos, me deixando muito curiosa”, afirma a jovem.

Vencido o seu prazo de estadia no dia 29 de fevereiro de 2013, ela embarcou para o Brasil. “Eu descobri que tinha direito ao refúgio, com muitos benefícios, mas só poderia voltar após dez anos. Não quis abandonar meus pais, mas tenho a intenção de voltar pra lá. E é engraçado que estou em um período de reabilitação, readequando o sono e a alimentação”, avalia aoMidiamax a jovem.

Ao lado da família, a bela jovem agora cuida da vida profissional, com planos de abrir um site e ministrar cursos na sua área. “Tentei poupá-los o quanto pude e hoje em dia é só felicidade. Infelizmente vejo mulheres perdendo o amor próprio e por isso acontecem tantos casos de violência doméstica e frustrações”, finaliza a jovem.

Fonte:http://www.camapuanews.com.br/noticia.php?cod=17621&title=Caso-triste-da-vida

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