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“O combustível já foi bombeado pelas
distribuidoras com aumento e esse valor é repassado logo que acabam os estoques
nos postos de gasolina. O momento para esse reajuste foi péssimo, onde a gente
ainda está em uma recessão, não saímos da crise. Atualmente, há uma queda nas
vendas de combustíveis e o governo optou pelo jeito mais fácil para equilibrar
suas contas, aumentando impostos”, destacou.
Soares ressalta que o aumento dos
combustíveis pode gerar um novo aumento em cadeia, em itens como transporte,
alimenação e, por consequência, impactar na inflação do país. A alíquota passou
de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$
0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passou
de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota,
atualmente zerada, aumentará para R$ 0,1964.
“O nosso setor trabalha com margens
muito apertadas de lucro. É o único setor do comercio em que se sabe que a
média nacional de margem bruta de lucro é 12%. Acho difícil o empresário do
setor absorver todo esse impacto”, disse.
De acordo com proprietário de rede de
postos de gasolina, Wonder Jarjour, a capital federal estava praticando preços
abaixo da realidade do mercado antes do aumento nos impostos dos combustíveis.
No Distrito Federal, o litro da gasolina podia ser encontrado até ontem por
valores próximos de R$ 2,94, mas já está sendo vendido por até R$ 3,92.
“Além do aumento imposto, estamos
voltando os preços para realidade do mercado. Com o valor antigo, a margem de
lucro estava abaixo de R$ 0,10 por litro”, explica o empresário. Para Jarjour,
a semana será de instabilidades nos valores, mas a perspectiva é de redução nos
preços ao consumidor.
Em busca dos preços antigos,
motoristas circulam pela cidade e enfrentam longas filas para abastecer seus
veículos. Raquel Gomes, de 32 anos, esperou mais de uma hora para encher o
tanque de seu carro por R$ 3,08 o litro da gasolina.
“O aumento nos pegou de surpresa,
ninguém está preparado para um reajuste desse valor e se o combustível aumenta,
tudo aumenta junto. O impacto é muito negativo”, disse.
Já o aposentado José Alexandre
Gonçalves, de 82 anos, acredita que o reajuste nos preços é necessário para o
controle das contas do governo federal. “Se cai a arrecadação, o governo é
obrigado a fazer o aumento de impostos. As pessoas precisam entender isso, mas
preferem o quanto pior, melhor”, afirmou.
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-07/postos-ja-repassam-ao-consumidor-aumento-de-tributos-sobre-combustiveis
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