Câncer de mama tem 4 tipos:
diferenças e sinais para identificar cada um deles
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O câncer de mama é o segundo tipo
de tumor mais comum entre as mulheres no mundo todo, apenas atrás do melanoma,
que é o tipo mais agressivo de câncer de pele. Ao todo, a doença registra
aproximadamente 50 mil novos casos por ano no Brasil, de acordo com o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), número que assusta devido ao risco
que apresenta para a saúde. Porém, se diagnosticado logo nas fases iniciais,
por meio de exames preventivos como a mamografia, o problema nos seios pode ser
tratado com sucesso.
O
que é
O câncer de mama é causado pelo aumento de células
anormais nos seios, fruto de mutações genéticas que afetam a capacidade de
divisão e reprodução das partículas. Esta anomalia pode ser acarretada por
diversos fatores, embora não haja uma causa global que determine o aparecimento
da doença. Como resultado, é criado um tumor, que pode ser benigno ou maligno.
O primeiro não é prejudicial à saúde pois não atinge outras partes do corpo,
enquanto o maligno é cancerígeno e, se não controlado, pode se espalhar para
outros outros órgãos e tecidos, colocando vida do paciente em risco.
Causas
Existem algumas condições que aumentam a
probabilidade de desenvolver o câncer de mama, como o próprio sexo feminino,
visto que as mulheres apresentam quantidades mais elevadas de hormônios como
estrogênio e progesterona, que estimulam as células mamárias e podem propiciar
condições para aparecimento do tumor.
Fatores
de risco
- Predisposição genética hereditária (mutação dos genes BRCA1 /BRCA2)
- Histórico familiar de câncer
- Primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos)
- Menopausa tardia (após os 55 anos)
- Gestação tardia (após os 30 anos)
- Nunca ter engravidado
- Nunca ter amamentado
- Radioterapia prévia na região do tórax
- Apresentar mamas densas na mamografia
- Obesidade
- Sedentarismo
- Alcoolismo
- Tabagismo
- Terapia de reposição hormonal prolongada
- Uso de anticoncepcional com estrogênio e progesterona
A
partir de que idade?
Devido às alterações que ocorrem no corpo com o
passar dos anos, a idade é um fator predominante para o aparecimento do câncer
de mama. De acordo com o INCA, a incidência é maior a partir dos 50 anos.
Apesar da ascendência em mulheres mais velhas, é recomendado realizar o
rastreamento a partir dos 25 anos, a fim de diagnosticar logo cedo a doença,
que também pode acometer jovens expostas às condições de risco.
Tipos
de câncer de mama
De acordo com a ginecologista e mastologista
Heliégina Palmieris, os tumores nos seios podem ser de diferentes formas e
estruturas, sendo o mais comum o carcinoma ductal. Entenda a seguir a diferença
entre os principais tipos:
Carcinoma
ductal
É o tipo mais comum e ocorre nas células do ducto
mamário, rede de canais que transportam o leite materno. É dividido em in
situ e invasivo. O in situ é o nódulo em fase
inicial, que não tem potencial de se espalhar para outras partes do corpo, pois
possui uma película retentora chamada basal, que segura as células
cancerígenas. Já o invasivo pode se espalhar para o tecido da mama e para
outras partes do organismo por meio do sangue e do sistema linfático, sendo
mais difícil de tratar e curar.
Carcinoma
lobular
É o segundo tipo mais comum. Ele afeta os lóbulos
mamários, responsáveis pela fabricação de leite. Também é classificado em in
situ ou invasivo. Assim como acontece no tipo ductal, o invasivo é
mais difícil de ser detectado e pode se espalhar para outras partes do corpo,
já o in situ é menos agressivo e não se desenvole além das
paredes dos lóbulos.
Inflamatório
O câncer de mama também pode ser do tipo
inflamatório, que machuca a pele deixando-a avermelhada, inchada e febril. Este
tipo de tumor não apresenta nódulos, apenas alterações na pele, que são
causadas por células cancerígenas que interrompem o fluxo dos vasos linfáticos.
A inflamação também pode deixar a mama mais firme ou maior, provocar coceira,
dor e deixar a pele com aspecto de casca de laranja. É um tipo mais agressivo e
que apresenta chance maior de se espalhar para outras partes do corpo.
Doença
de Paget
Mais raro, é um tumor que tem origem no tecido
conjuntivo das mamas, geralmente nas aréolas e/ou mamilos. Geralmente,
apresenta sintomas na pele como vermelhidão, dor, sensibilidade e coceira,
porém também pode ser assintomático. Há teorias que sugerem que esse câncer
pode ser fruto de um tumor no ducto mamário que avançou para a epiderme ou pode
ser originário da região em que os ductos se encontram com a pele. Casos
avançados da doença de Paget podem fazer com que o câncer se espalhe para
outras partes do corpo, porém é necessário avaliar caso a caso.
Hormônios
e câncer de mama
DAVID MARCHAL/ISTOCK
Os tumores podem ser caracterizados de acordo com
seu grau hormonal, o que pode ajudar no diagnóstico e determinar qual é o
tratamento mais indicado. Exames específicos, como a biópsia, são necessários
para determinar este fator.
Os cânceres identificados como receptores de
estrogênio e/ou progesterona positivos são os que têm ligação direta com
alterações destes hormônios, que podem estimular o aumento de células malignas.
É menos perigoso e seu tratamento normalmente responde à terapia hormonal.
Já os tumor com característica HER-2 positivo
referem-se à proteína de mesmo nome que, em quantidades elevadas, propicia o
desenvolvimento do câncer. Estes tumores são mais agressivos que os demais e
têm maiores chances de se espalhar para outros órgãos.
Há uma terceira característica denominada Triplo
Negativo. Ela ocorre quando os resultados para os receptores de estrogênio,
progesterona e HER-2 são negativos. "Este quadro faz com que o tumor se
espalhe mais rápido e não responda aos tratamentos hormonais. Porém, apesar de
ser mais agressivo, o triplo negativo reage bem à quimioterapia", explica
a mastologista Heliégina Palmieris.
Sintomas
- Nódulo na mama, geralmente indolor
- Alterações no tamanho da mama
- Pele avermelhada, retraída ou ressecada
- Anomalias nos mamilos
- Saída de secreções das mamas, principalmente sangue
- Nódulos no pescoço ou nas axilas
Tem
cura?
Sim. O mais importante é diagnosticar a doença
ainda em seu estágio inicial, pois o câncer de mama tem 98% de chances de cura quando
detectado precocemente. Porém, mesmo após estar curado é preciso
lembrar que deve ser realizado acompanhamento junto ao médico para prevenir o
ressurgimento da doença e controlá-la caso aconteça. As maiores chances de
retorno do tumor nos seios ocorrem nos primeiros 5 anos após o fim do
tratamento, porém há casos em que o tumor volta mesmo após este período, sendo
importante realizar consultas anuais a fim de diagnosticar lesões logo em suas
fases iniciais.
Caso o tratamento não comece na fase incial, o
tumor pode apresentar metástase, que é quando o câncer se espalha para outras
partes do corpo. Começando o acompanhamento após essa fase, a paciente é
submetida a métodos paliativos, que têm o objetivo de oferecer qualidade de
vida pelo maior tempo possível.
Tratamentos
Natural
Não há comprovação científica de que terapias
naturais, baseadas em alimentos e outras substâncias, ajudem no tratamento
do câncer de mama. Porém, a adoção de hábitos saudáveis pode ser um método
complementar aos recursos clínicos, como a quimioterapia e a ingestão de
medicações orais. Ter uma alimentação balanceada, evitar o consumo de álcool e
parar de fumar são medidas que colaboram com o bem-estar do corpo.
Hormonal
A hormonioterapia é um conjunto de medicações que
impede a ação dos hormônios que causam o aumento do número de células
cancerígenas, como o estrogênio e a progesterona. É realizado após outros
tratamentos de câncer de mama, a fim de evitar a volta do problema. "A
medicação deste tipo não oferece efeitos colaterais e é indicada até cinco anos
após o controle do tumor", conta a mastologista Heliégina Palmieris.
Quimioterapia
É o tratamento mais comum e tem como base o uso de
medicamentos intravenosos cuja função é matar ou impedir o crescimento das
células anormais. A indicação da quimioterapia depende de diversos fatores,
como a idade da paciente e o tamanho, tipo e característica hormonal do tumor.
Costumam ser realidades durante um período que pode durar de quatro a seis
meses. Esse tratamento costuma acontecer antes da cirurgia na mama.
Radioterapia
O uso de radiação ionizante pode eliminar ou inibir
a propagação dos organismos que formam o câncer. É indicada para quem realizou
a retirada cirúrgica da região do tumor. O procedimento dura de 3 a 6 minutos e
emite radiação diretamente da mama por meio de uma máquina parecida com um raio
X. É indolor e só causa efeitos colaterais se o aparelho estiver sem regulagem,
o que pode acarretar em queimaduras avermelhadas na pele. Apesar de haver
vários tipos, os métodos de radioterapia mais utilizados são o eletromagnético
e o com elétrons.
Cirúrgico
A cirurgia para remoção de tumores na mama pode
atingir a região do câncer (quadrantectomia) ou todo o seio (mastectomia). No
último caso, é realizada a reconstrução mamária para amenizar o
quadro estético. Outra opção é a drenagem do linfonodo (nódulo) atingido, além
do esvaziamento axilar, que é a retirada de todos os linfonodos da axila.
O tratamento cirúrgico para o tumor de mama é
necessário em praticamente todos os casos de câncer, exceto quando as células
danosas já se espalharam para outros tecidos e órgãos. Pode ser combinado com
outros recursos, como a quimioterapia, visto que algumas pacientes precisam se
submeter a ela para diminuir o caroço e depois retirá-lo.
Prevenção
Não há uma fórmula pronta para prevenir o câncer de
mama. Porém sabe-se que práticas saudáveis podem reduzir a incidência da
doença. De acordo com o Inca, a combinação entre alimentação balanceada,
controle do peso corporal e atividade física pode diminuir em até 28% o risco
de tumor nos seios. O consumo de bebidas alcóolicas também deve ser evitado, já
que elas podem aumentar os níveis de estrogênio. Outro meio de prevenção é
investir na amamentação e reprimir a exposição desnecessária à radiação, como
os exames de raio X.
“Nossas principais armas são os exames preventivos,
como o ultrassom e a mamografia, que podem diagnosticar a doença ainda em seus
estágios iniciais, além do estímulo aos fatores protetores, como a
amamentação”, explica a mastologista Heliégina Palmieris.
Exames
da Mama
Autoexame
Amplamente divulgado pela mídia, o exame do toque é
o meio mais básico para prevenir este problema, já que pode ser realizado pela
própria mulher sem auxílio de médicos ou aparelhos. A recomendação é que seja
feito mensalmente a partir dos 25 anos, preferencialmente após a menstruação
para aquelas que ainda não alcançaram a menopausa. O passo a passo do autoexame da mama é
simples e um médico deve ser consultado caso a mulher identifique sinais como
alteração na pele e no bico do seio, secreção, aumento e nódulo na mama.
Entretanto, vale lembrar que o método por si só não
é capaz de fornecer o diagnóstico, já que não detecta os estágios iniciais da
doença, que são pouco aparentes, e muitas vezes o câncer de mama pode não ser percebido pelo toque.
Portanto, é uma medida auxiliar aos exames clínicos, como mamografia e
ultrassom mamário.
Ultrassom
mamário
A ultrassonografia mamária é um exame muito
importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. É indicada para
mulheres com mamas densas – presentes em mulheres mais jovens, que apresentam
algum sinal de tumor ou possuem histórico na família. O ultrassom da mama
também pode ser aliado à mamografia, já que é um exame complementar capaz de
avaliar o tipo de nódulo na mama.
Indolor, o teste é realizado com uma máquina de
ultrassom comum, semelhante ao aparelho de ultrassonografia do abdomen.
Geralmente, a paciente fica deitada com a barriga para cima e os braços atrás
da cabeça - exceto em casos de seios grandes, quando a mulher tem de virar de
lado para facilitar o exame no interior do tecido mamário.
Mamografia
Técnica considerada a mais eficaz para reduzir a
mortalidade por este tipo de tumor, a mamografia nada mais que é o Raio-X que
consegue identificar nódulos e calcificações iniciais que não podem ser
sentidos no autoexame e no teste clínico que o médico realiza. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, a idade ideal para mamografia é dos 50 aos
69 anos e a frequência deve ser a cada dois anos. Antes desta idade, a
prescrição do exame fica a cargo do mastologista, pois se realizado
precocemente pode oferecer riscos ou fornecer resultados incorretos.
Teste
genético
Esse teste é Indicado para quem tem histórico
familiar de cancer de mama. Ele detecta a pré-disposição hereditária para o
surgimento de câncer de mama por meio do isolamento e da pesquisa de genes. A
realização do teste genético geralmente inclui coleta do sangue, consulta com
geneticista e construção de uma árvore genealógica com os casos de tumor na
família. Segundo Heliégina Palmieris, a análise, que custa entre R$ 2 mil a R$
3 mil, pode ser realizada por quem já teve a doença, a fim de identificar a passagem
dos genes para os descendentes, ou por quem apresenta histórico na família e
quer identificar a probabilidade desenvolver o problema.
Mastectomia
preventiva
Consiste em retirar os seios para evitar o
aparecimento do câncer. Assim como o caso polêmico em que Angelina Jolie tirou as mamas para evitar o câncer.
É indicado para pessoas cujo teste genético foi positivo para mutações do gene
BRCA1/BRCA2, que indicam a possibilidade de ter um tumor malígno. A cirurgia
divide opiniões de médicos devido aos riscos e impactos psicológicos para a
mulher, portanto, é um método que deve ser ponderado com cuidado. “A decisão de
uma mastectomia radical só deve ocorrer após aconselhamento genético, avaliação
psicológica e exaustiva discussão com familiares e médicos”, explica a
Heliégina Palmieris.
Câncer
de mama masculino
O câncer de mama também pode atingir os homens,
mas é mais raro, totalizando 1% dos casos. Assim como as mulheres, eles possuem
estrutura mamária, a diferença é que o ducto mamário masculino é menos
desenvolvido e possui níveis reduzidos de hormônios, o que torna mais difícil o
aparecimento do problema. Porém, alterações hormonais, casos na família e
mutações podem viabilizar a doença, que tem sintomas semelhantes ao tipo
feminino, como nódulos e retrações do mamilo. A forma de prevenir é a mesma
recomendada para mulheres.
Fonte:
http://www.vix.com/pt/saude/539412/tudo-sobre-cancer-de-mama-4-tipos-causas-sintomas-como-e-o-tratamento-e-mais
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